Faltando duas semanas para o Exame Nacional do Ensino Médio, me surpreendi com dúvidas sobre qual profissão seguir. Depois de ter mudado tantas vezes de idéia, creio ter chegado a uma decisão final. São muitos os caminhos, muitas as vontades e afinidades que tenho com algumas profissões, mas a maior vontade de todas, a de ser reconhecida pelo meu trabalho, falou mais alto no final das contas.

Me inscrevi em muitos vestibulares, paguei a inscrição de realmente poucos, pesquisei muito e li bastante; nada do que eu decidia me parecia certo. Restava aquela dúvida: será que eu continuo seguindo
o caminho do meu atual emprego e tento ir subindo de cargo até uma possível gerencia ou corro atrás de uma profissão que, mesmo que com esforço, me conceda chances de construir uma grande carreira?

Coloquei as seguranças e inseguranças numa balança. Pesei os dois lados de tudo. Finalmente havia chegado a hora da escolha e não havia brecha para o amanhã. Julguei minha atual função, recepcionista de assistência técnica de produtos de informática; o que eu não considero como uma profissão, absolutamente, considero como uma fonte de remuneração. E mesmo sabendo que sou ótima nesse cargo, não seria algo que eu gostaria de ser por muito tempo. Lido diretamente com pessoas que acham que por estar pagando por um serviço são melhores do que aqueles que os servem. Tenho certeza de que seria assim em quase todas as empresas onde poderia trabalhar nesta função e não apenas nesta, pois lidar diretamente com clientes é algo que requer paciência e educação. Aprendi demais nesse trabalho, mas não é, definitivamente, algo que eu queira fazer pro resto da vida.


Finalmente, coloquei os meus dois maiores desejos para o futuro frente a frente: música e jornalismo. Na música, meu maior talento expressado vocalmente e, no jornalismo, minha maior habilidade em jogar com as palavras publicada pelo mundo. Me informei em cursos sobre ambos. Mas dois fatores foram fundamentais para minha escolha: o reconhecimento pelo meu talento e a falta de dinheiro. O curso que me inscrevi para jornalismo, um dos mais reconhecidos do Estado, tinha uma mensalidade duas vezes maior que meu salário. Aproveitei para seguir os conselhos de meu regente, que sempre sincero, elogiava minhas qualidades vocais.


Foi difícil, mas eu finalmente decidi. Entre acordar todas as manhãs para resolver problemas não meus em uma empresa não minha e construir uma carreira onde seria reconhecida pelo meu talento e a beleza da arte que ele envolve, optei pela beleza da música, pelas pessoas que posso atingir a partir dela. Nessa profissão eu espero que não seja tratada como mais uma simples empregada que faz seus deveres à espera do seu contracheque no final do mês. Ao fazer música me restou a esperança de ser dona da minha própria carreira, de depender de mim mesma e de meu talento para construir meu nome e consequentemente, minha vida. Mais do que esperança, tenho a certeza que se depender de meu esforço, conseguirei isso e muito mais.

2 comentários.:

Natu disse...

Certo que tu vai muito longe ainda.
Eu não tenho dúvidas disso!

Drikaaa disse...

Obrigada, tenho certeza que sim!

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