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Descontente:

Postado por: Drika |

Enquanto eu assisto minhas colegas de sala pensarem desde o início do ano, ansiosas, em qual vestido usar na formatura do terceiro ano, saboreio minha decisão de não participar da cerimonia, muito menos da festa, no final do ano. Estou descobrindo aos poucos que não sei mais conviver com pessoas fora do mundo virtual. Tenho a completa certeza disso quando eu penso que vou resolver meu problema dando block nas pessoas e me deparo com uma timeline que não é a de um Twitter.

Eu não sei se essa vontade que eu tenho que buscar sempre coisas melhores e mais valiosas vai me destruir ou me tornar uma vencedora. Movida por impulsos, sempre avaliando o mais importante, me esqueço que não sou perfeita e não posso exigir isso das pessoas. Vejo também pessoas que eu considero perfeitas internadas em hospitais, afastadas de mim, perdidas em mundos sem sentido algum, ou simplesmente mortas. Algumas pessoas tomam a decisão de se deixar morrer enquanto estão vivas, deixam a vida passar diante dos olhos enquanto reclamam por não ter chance de viver, enterrando seus talentos em frente a televisão ou um computador.

Acho que deve ser coisa da idade mesmo, mas não consigo parar de pensar no futuro. Eu sei, o futuro que realmente me preocupa está lá na frente, mas eu não consigo parar de me cobrar. Eu fico assistindo enquanto pessoas que eu mal conheço tentam me animar, será que meu desânimo é tão aparente até pra elas? Esse sentimento vai passar, assim como já veio e já passou tantas vezes. Enquanto ele não passa, eu fico usando pessoas pra me sentir melhor, pessoas que sabem que estão sendo usadas e usam quem as usa também, como forma de completar o vazio, preencher o incompletável. Ainda bem que eu tenho dignidade pra não usar pessoas que não estejam nesse círculo, afinal, eu não consigo sair dele.

Eu já não fico mais desconsertada quando estou conversando com alguma pessoa e o assunto acaba, nem faço o menor esforço para tentar reanimar a situação. Estou simplesmente deixando as coisas morrerem e eu já vi esse filme. E não me entristece que as coisas não estejam do jeito que eu quero, não é isso, é que já não há mais nada pra me entristecer e é essa ausência que mata. Uma amiga me disse ontem que um baseado faz essa sensação passar, sinceramente, eu sei muito bem o que fará isso passar mas não estou afim de ir atrás disso agora, muito menos de um baseado.

Mas enfim, o que fazer quando o suspiro é tão profundo que você nem tem mais vontade de respirar?

2 comentários.:

Rufus :| disse...

Sou coadjuvante desse filme. Putaria isso aí :|

Drika disse...

Adoro o Rufus por ser coadjuvante dessa putaria toda. Apesar de não parecer, ele maloca muitos sorrisos pra mim e isso custa caro.

:|

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